Versos de Passatempo 18: Chuva
Em noites obscuras, a chuva fina é carregada de pecado,
que ao tocar no solo cheio de luxúria, se transforma em veneno.
Um veneno perfeito, que revela os medos e desesperos mais
profundos dos seres mais imorais e desprezíveis que se auto-titulam
"seres humanos".
Fartos de ironia e sarcasmo, acham que serão salvos no julgamento
final, acham que serão libertos de seus pesadelos e medos,
crescentes dentro de si e que no seu momento certo,
saberão acabar com um por um, levando-os ao delírio, a loucura,
a intensa insanidade e seu auto poder de destruição.
Impecável, a chuva que cai sempre em seu momento certo,
toca nesses seres que apressados, tentam se dissolver dela,
para que não revele seu ódio e sua raiva, seus podres e desejos,
seus mais impetuosos pecados.
A chuva, revela quem nós somos.
Por ser fria, ela liberta o ódio e a raiva, nos deixa fracos e desconcertados.
Fracos e vulneráveis, pequenos seres, pequenas aberrações.
Afinal, quem é você? E o que você quer?
Está aí, duas perguntas simples da qual a resposta
ninguém encontrou até hoje.
E ainda assim, permaneço na chuva.
~The End~
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